A mulher olhou para a agenda e reparou que tinham passado exactamente treze dias desde a última que vez que contara alguma coisa. Por segundos fez uma viagem para trás e sentiu o peso daqueles dias, a energia perdida, a cabeça de fora tentando sobreviver ao caos. Tinham-he dito uma vez que era essa uma das suas missões de vida mas a sua formulação do assunto estivera incorrecta: não tinha de sobreviver á confusão; antes deveria ser a serenidade dentro dela. Na altura tinha-lhe parecido impossível e quem o dissera respondera
- Só nos é dada uma determinada roupagem se tivermos capacidade para a vestir.
Treze dias depois, compreendeu que não apenas sobrevivera como agora parecia ter reencontrado a paz não pela osmose do exterior mas sim pelo que voltara a encontrar dentro de si. Satisfeita, pôs então mãos à obra, largou culpas e desculpas e escreveu um texto contando esta história.
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