O miúdo estava knock out com a Física. Percebi todo e cada um dos arrepelares de cabelos: com a idade dele esta disciplina era uma verdadeira dor de cabeça para mim. Peguei no livro e lembrei-me do meu pai que finalmente a conseguira tornar compreensível para mim, aplicando à realidade fórmulas inacessíveis. Contei uma história, falei dos mergulhadores, da pressão que modifica o estado dos gases, encontrei a metáfora do pulmão que incha sem poder mais. O miúdo olhou para mim e a cara iluminou-se: tinha percebido. Eram 11 da noite e foi dormir descansado, achando que eu era a mãe mais inteligente do mundo. Eu, encolhi os ombros, e percebi que ter quarenta e muitos anos de vida faz alguma diferença.
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